Com o objetivo de
possibilitar um novo olhar para o Centro Histórico, articuladoras e
professoras/es de História e Geografia do Centro Educacional Carneiro Ribeiro
(Escolas Classe I, II, III, IV, Escola Estadual Álvaro Augusto da Silva, Escola
Estadual Anísio Teixeira, Escola Estadual Professora Candolina e Colégio
Estadual Celina Pinho percorreram no
último dia 13 de novembro Igrejas, Museus, Instituições, ladeiras e escadarias
do Pelourinho e adjacências. Iniciou -se a visita pelo Memorial da Câmara de
Salvador. Posteriormente, o grupo deslocou-se para o Terreiro de Jesus e
visitou os Museus Afro-brasileiros e o de Arqueologia e Etnologia. Sem dúvidas,
um mergulho profundo nas nossas raízes africanas e indígenas. Em todo percurso,
estavam presente a Arte, a Geografia, a Matemática, a Ciência, a Antropologia e
principalmente a história da África dos africanos e dos afro-brasileiros.
O encontro com o barroco e o
rococó das Igrejas deixou deslumbradas/os vários colegas que nunca tinham
adentrado estes espaços, (algumas já tinham entrado, mas, sem o olhar de
pesquisador/a). Foi instigante o pensamento de como o teto dos Templos foi
pintado, inclusive com precisão matemática e sensação de profundidade e leveza
ao mesmo tempo. Pudemos também observamos os azulejos coloniais clamando pela
intervenção dos órgãos de proteção do patrimônio histórico.
Ainda na parte da manhã
tivemos uma aula espetacular proferida pelo Dr Osvalrizio, membro da diretoria
da SPD (Sociedade Protetora dos Desvalidos), que relata a história da instituição
desde a fundação com negros Bantos,
Angola e Crioulos, até os dias atuais da entidade com uma visão transformadora,
educando, qualificando e promovendo a igualdade através das ações afirmativas.
Dr Osvalrisio lembra que o
objetivo inicial da instituição era juntar recursos entre os negros libertos
para comprar cartas de alforria dos irmãos e propiciar-lhes educação e ofício. Vale
ressaltar a intensa participação dos/as professores/as durante a explanação.
Confraternizamos com um
almoço no Restaurante O Coliseu no Terreiro de Jesus e no período vespertino,
mais emoções estavam por vir. Na Igreja do Rosário dos Homens Pretos, fomos
recebidos/as pela irmã Anália Santana, mestranda pela UNEB e membro do
NGEAALC/UNEB, que proferiu uma aula/palestra sobre a história da Igreja e as
diversas irmandades lá instaladas. Ao final, contrariando Mauro Duarte e Paulo César
Pinheiro, compositores do Canto das Três Raças, quando afirma que “ ai que agonia, o canto do trabalhador...
Esse canto que devia ser um canto de alegria. Soa apenas como um soluçar de dor”,
eis que soa forte, profundo, porém alegre, contagiante e comovente o canto de Anália entoando
Sorriso Negro.
Finalizando a visita, fomos
recebidas/os e acolhidas/os por Bárbara Rosendo e Régia Ribeiro, arte-educadoras
da Casa do Benin. Inicialmente as/os
presentes foram apresentados ao acervo da Casa. Peças belíssimas que retratam a
história do Benin e de outros países africanos. Posteriormente visitamos uma
exposição na Casa sobre os Orixás.
As educadoras exibiram um
vídeo com as ações desenvolvidas pela Casa, quando recebem alunos de escolas
Municipais e eu, Darci Xavier, encerrei as atividades
explanado para os colegas a importância dos Agudás, afro-brasileiros retornados
para o Benin após a abolição da escravatura, na construção e reconstrução da
Identidade.
Os conhecimentos foram
muitos e, com certeza, chegarão no cotidiano escolar, promovendo empoderamentos
aos estudantes do Centro Educacional Carneiro Ribeiro.
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